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terça-feira, 10 de maio de 2011

De onde vem a calma

Agora a pouco, a mais ou menos um ou dois minutos, perguntei para um amigo que também escreve e que acabara de me mandar algo escrito por ele como é que se faz para produzir textos em escala industrial, assim como ele faz e, logo em seguida, esperei receber uma resposta óbvia, diplomática que tentasse abrir meus olhos para a infinidade de possíveis crônicas que o mundo a minha volta me oferece, mas em vez disso ele me surpreendeu dizendo: “É isso ou o suicídio!”. Fiquei pasmo com o fato de que uma frase simples, carregada de sarcasmo, ironia e uma pitada de melodrama surtiu sobre a minha criatividade o mesmo efeito de um tapa na cara.
De certa forma eu não estava totalmente errado, pois o que ele me disse também diz respeito às coisas que nos cercam, sendo que não há nada mais eficaz quando se quer induzir alguém ao auto flagelo do que criar e expor essa pessoa a um ambiente que a sufoque, que torne árdua a luta pela conquista do próprio espaço, não apenas físico, mas também mental, que impeça  que o espírito criativo corra livre por ai. Para que eu pudesse entender ou despertar em mim um sentido para tais palavras era preciso, em primeiro lugar, estar no estado de espírito adequado, que no meu caso se tratava apenas da busca pela chave certa para o cadeado que encarcerava minha criatividade, papel esse que a frase do amigo em questão exerceu com maestria.
Acredito que todos tenham uma válvula de escape que sempre auxiliará na necessidade de dar vazão aos sentimentos e/ou emoções que nos acompanham e que de vez em quando aparecem para nos atormentar, só que para que esse artifício possa ser útil é preciso que as condições favoreçam, o que muitas vezes não apenas a nossa rotina, mas o modo como vivemos as nossas vidas obstrui a passagem por onde saem o que queremos externar para nos sentirmos mais leves, mais vivos, seja qual for a saída.
Como resposta ao meu amigo eu disse “então escreva como se sua vida dependesse disso”, porém eu não tinha dimensionado o que acabara de dizer e conseqüentemente não me dei conta do quanto estava certo.






Gostaria de agradecer ao meu amigo Rafael pela inspiração involuntária e por ter me tirado de um limbo criativo que já durava algumas semanas. Obrigado.

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