Como qualquer pessoa normal eu tenho meus contratempos e desencontros, frustrações são tantas que não vele a pena tentar enumerar. Muitas das coisas que deixo de fazer por conta da minha insegurança, mas de vez em quando me risco a dar um passo maior que a perna e na esmagadora maioria das vezes me dou mal, quando isso acontece penso “pelo menos eu tentei” e saio de campo feliz com meu vistoso premio de consolação.
As vezes, só as vezes, me saio bem quando tento um plano mais ousado e quando isso acontece eu simplesmente não sei lidar com a situação: estou tão acostumado com a minha “zona de conforto”onde me sinto bem não fazendo nada, deixando as coisas acontecerem ao meu redor sem a minha interferência e me justifico dizendo pra mim mesmo e para os outros que é tudo culpa desse mundo injusto onde vim parar. Ela fornece boa cobertura para meus fracassos e me permite sentir pena de mim mesmo, porque seria humilhante de mais se os outros fizessem isso por mim. É pra lá que eu vou toda vez que não consigo fazer o que acho certo ou o que simplesmente precisa ser feito, quando me faltam as palavras ou as forças necessárias pra tomar uma decisão difícil.
Por todo esse tempo eu tenho lutado contra o meu pessimismo, tem sido uma batalha quase impossível, mas eu tento, juro que tento. Tantos anos nessa guerra contra mim mesmo já matou mais do que qualquer outra, não sei mais onde posso encontrar bravos soldados pra engrossar minhas fileiras contra o monstro do espelho e meus discursos já não servem pra injetar ânimo nos poucos que ainda me restam. Desistir está fora de questão, mas devo confessar que muitas vezes essa me pareceu ser a solução mais viável.
Quando toda a esperança que com tanto custo conseguir reunir se vai assim, sem mais nem menos, sinto algo que não sei explicar, mas daria o que me pedissem pra ser de outra maneira. Tenho uma vontade de ser outra pessoa, alguém totalmente diferente de mim, nem melhor nem pior apenas diferente. Ser alguém que não tenha que sentir o que estou sentindo agora, pode ser qualquer coisa desde que substitua essa angustia que parece não ter fim. Acho que preciso de algumas mudanças sim, mas o que posso dizer agora com certeza é que eu gostaria que o mundo me desse a chance de por pra fora o que está me fazendo mal ou que simplesmente me permitisse ser dramático de vez em quando. É pedir muito?
03 Undertow by ElectricPicnic
Banda: Warpaint
Música: Udertow
Álbum: The Fool
Site oficial da banda: http://www.warpaintwarpaint.com/
Não é não, viu. Mas de qualquer forma, abrace sua sombra.
ResponderExcluirAcho que eu sou sua fã amg.
Valeu, Carol. É muito bom saber disso =]
ResponderExcluirMeu caro,
ResponderExcluirNão, não é pedir muito. Seja dramático quando for necessário e feliz, idem.
Ando meio cansada dessa felicidade irreal que muitos esboçam por aí. Podem dizer o que quiser, mas ninguém é 100% feliz.
Felicidade é um estado de espírito e é muito gosto se sentir assim, mas é com ela que nós aprendemos?
Já beirei o pessimismo até perceber que, na verdade, sou realista. Curto um drama e sou melancólica. E como já dizia Cazuza: Eu não posso causar mal nenhum. A não ser a mim mesmo.
As coisas vão melhorar. Pode ter certeza que sim.
A linha tênue que separa o pessimismo do realismo sempre me causou crises existenciais, mas o que seria de mim se não fosse o caos que habita minha mente?
ResponderExcluirObrigado pela compreensão =]
O caos que habita sua mente faz com que você escreva tão bem. O importante é saber lidar com isso, coisa que acho que sabe fazer bem.
ResponderExcluirContinue escrevendo, transformando o que você sente em arte. Muitas pessoas se identificam com suas palavras, inclusive eu.
Boa sorte em tudo e se precisar, dá um grito.