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terça-feira, 8 de março de 2011

Da janela pra dentro

Sou daquele tipo de pessoa que não consegue ficar muito tempo em casa sem ter uma crise nervos, mas confesso que às vezes ficar no conforto do meu lar me dá certa paz de espírito.
Gosto muito de caminhar sozinho, ou melhor, acompanhado do meu mp4 que é meu amigo mais fiel, não me abandona em momento algum. Tenho a necessidade de ver gente e de observar como correm pra lá e pra cá o tempo todo sem nenhum motivo aparente, gosto de respirar o mais puro monóxido de carbono que a cidade me oferece de bom grado, essas coisas me fazem bem. Quem me conhece um pouco melhor sabe que sempre invento um motivo pra sair de casa, mas hoje especificamente foi um dia que me senti satisfeito em ficar de bobeira por aqui mesmo, curtindo essa vibe caseira, até porque isso serve pra sustentar outro dos meus vícios: a preguiça.
Sair porta a fora exige certas medidas que nem sempre estou disto a tomar, como por exemplo, trocar de roupa. A etiqueta e os bons costumes dizem que não se pode sair de casa de qualquer jeito, ou pelo menos não vestir nada que contrarie as últimas tendências da moda, por esse motivo prefiro ficar com meu moletom velho, uma camiseta folgada com furos e algumas manchas que de origem desconhecida e meu par de meias da sorte, sim eu tenho um.
Acho que os dias nublados foram inventados com a finalidade de tentar fazer de mim um filósofo, poeta, escritor, cinéfilo, bom amante ou um simples nerd desajustado, pois é nesse clima de chuva no telhado que as condições para exercer todos essas atividades surgem com mais facilidade, entretanto só posso dizer sem medo de errar que de todas essas definições a última é a mais compatível com minha personalidade.
Escolhendo a trilha
Minha imaginação trabalha freneticamente quando meu corpo se limita a fazer apenas o necessário e nesse momento eu tento fazer alguma coisa útil com meu tempo livre e por vezes não consigo, talvez pelo fato de me esquecer de que a beleza dos dias chuvosos reside justamente no ato de não fazer nada.
Para os mais tradicionais, essas são boas oportunidades de reunir a família em frente a uma lareira para tomar uma boa xícara de chocolate quente, mas como sou fruto de uma criação não muito ortodoxa eu prefiro me juntar à minha querida vadiagem, meu companheiro ócio e ficar em frente ao computador pra tomar uma bela xícara de chá e, se a inspiração resolver dar o ar de sua graça, concluir um dos muitos textos que deixei pra terminar quando a vontade de ir pra rua não vier me incomodar.
Para todos os efeitos um pouco de reclusão esporádica faz bem para nossas atividades intelectuais e se você, assim como eu, prefere o mundo “além-porta” não cuspa para cima, pois cedo ou tarde vai chegar o seu dia de ficar em casa.

2 comentários:

  1. Acho que esse foi o que eu mais gostei até agora, talvez por ter me identificado tanto, já que adoro ficar em casa curtindo a preguiça, um chá e essa inspiração que o tempo chuvoso/cinza/frio/agourento suscita na nossa mente inquieta. Isso aí, Barna!

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  2. Que bom que gostou. Acho que esse texto foi feito pra atingir o público escritor rs

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