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terça-feira, 5 de abril de 2011

Andar descalço

Sabe aquele lance de “a beleza da vida está nas pequenas coisas”? Então, pra mim nunca fez muito sentido mesmo sendo uma frase que parece esconder algum significado, talvez seja eu o problema, porque me parece uma mensagem tão simples de ser assimilada que é possível que eu a ignorasse justamente pela sua simplicidade ou quem sabe seja por culpa da minha dificuldade em estabelecer o que é “pequeno” no que diz respeito a minha existência.  Não posso negar que sinto um prazer inexplicável ao me sentar na frente desse humilde computador, de onde escrevo as merdas que meus amigos (e só eles) lêem, ou quando aprecio meu mundialmente famoso sanduíche de geléia de morando com creme de amendoim, se existem prazeres menores do que esses eu não sei, mas me parecem pequenos o suficiente para se encaixarem nessa categoria.
Um prazer que não custa (quase) nada: desenhar.
Pensando melhor, acho que me tornei um megalomaníaco sem perceber, pois por não realizar grandes feitos como gostaria, tipo, uma boa carreira profissional na área em que almejo, eu me cobro demasiadamente e sem necessidade, ou seja, o problema não é a mensagem e sim o seu receptor, no caso eu. Às vezes me flagro pensando em como minha vida seria melhor se eu fosse outra pessoa, talvez mais bonito, mais inteligente, mais rico, em melhores condições afinal de contas. E estando nessas condições, imagino como tudo seria mais fácil e como as minhas perspectivas sobre certo e errado, bonito ou feio, importante ou irrelevante, enfim tudo isso mudaria e talvez minha visão do mundo, sendo completamente diferente, me faria um cara menos complexo já que quem é bonito e rico não precisa se preocupar com mais porra nenhuma nesse mundo injusto em que me colocaram. Infelizmente não nasci em berço de ouro, muito pelo contrário, tampouco tenho esperanças de me tornar um milionário, por tanto fica difícil saber como funciona a mente das camadas mais abastadas da sociedade, eu só posso imaginar. Fico idealizando o quão maravilhoso deve ser matar o tédio de uma tarde qualquer viajando para a Europa, ir às baladas mais legais do mundo sem ter que ficar fazendo contas mentais pra saber o quanto posso beber, sentar numa mesa de restaurante e pedir o que me der na telha sem se preocupar em olhar os preços do cardápio, poder voltar de taxi pra casa quando o álcool não me permite caminhar com a mesma desenvoltura de uma pessoa sóbria, enfim seria de mais.
Todas essas coisas que não posso fazer por conta da minha atual e provável constante condição financeira parecem sonhos distantes pra outros como eu, mas essa é a realidade de muita gente por ai e por mais que para nós, meros mortais, a vida de um endinheirado pareça fútil e vazia eles também têm suas preocupações, para eles as “pequenas coisas” são completamente diferentes, mas elas existem disso eu tenho certeza. Embora meu bolso permaneça sempre vazio eu procuro desfrutar da vida com mais simplicidade, sabe? Não que eu não queira dinheiro, muito pelo contrário, porem ainda consigo extrair prazer da singela experiência de andar descalço dentro de casa, nada melhor. Talvez seja disso que se trata a famigerada frase: os prazeres da simplicidade.

2 comentários:

  1. Os prazeres da simplicidade: Encontrar os amigos pra beber cerveja fiado e esquecer o resto do mundo!

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  2. Ah sim, isso faz parte sem sombra de dúvida! ahahahhha

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