Seria muito clichê seu eu escrevesse um texto pra falar sobre como as pessoas trocam a vida real pela virtual? Notei que esse tem sido um assunto recorrente nos últimos tempos e senti vontade de contribuir com a minha parte.
Admito que a internet tenha me proporcionado boas fontes de entretenimento e que passo a maior parte do meu tempo sentado onde estou agora: de cara com uma tela. Por esse motivo você pode achar que eu não sou a pessoa mais indicada pra falar de “vida real”, é compreensível, mas mesmo assim vou continuar.
Domingo passado eu sai com uns amigos que não via há algum tempo e aproveitei pra fazer uns amigos novos. Foi bem legal, nos divertimos muito juntos enquanto pulávamos como doidos ao som de uma banda que, devo admitir, não é uma das minhas preferidas, mas começo a gostar um pouco mais depois desse show. Apesar de termos enfrentado uma chuva que deixaria Noé de cabelo em pé, no final das contas deu tudo certo e, depois de um breve arrependimento de ter saído de casa ,eu fiquei feliz por respirar um pouco de ar, que de puro não tem nada, mas me fez bem do mesmo jeito.
Por mais que eu goste de ficar conectado na rede mundial de computadores eu ainda prefiro abrir a porta de casa a abrir uma janela do fire Fox. Não tem nada que substitua um bom papo cara a cara com um amigo, de poder rir de verdade não aqueles “kkkkk” que escrevemos no MSN, todo mundo sabe que ninguém está rindo de verdade. É claro que mensagens instantâneas são úteis, porque não é sempre que temos oportunidade de um mano a mano, só que elas não são capazes de reproduzir inflexões na voz que dão um tom certo da piada, não dá pra ver se amigo abrir aquele sorriso amarelo quando ela é sem graça, enfim, muita coisa fica perdida no meio de tanta fibra ótica e sinais de celular. Sinto falta do contato, de poder olhar nos olhos, sabe? Tenho a impressão de que a distância entre as pessoas aumenta na mesma proporção em que surgem novas redes sociais.
Voltando ao rolê da semana passada, eu tive a oportunidade de fotografar um por do sol muito bonito o que me deixou contente não só pelo fato de ter conseguido registrar aquele belo espetáculo da natureza e adicioná-lo na lista infinita de belas imagens que você pode achar na rede, mas principalmente por ter o privilégio de ver com meus próprios olhos toda aquela luz fazendo contraste com a cor das nuvens, de sentir a brisa no rosto e acima de tudo me sentir vivo, coisa que um computador não é capaz de fazer por mim.
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