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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre as coisas no quintal

Ontem aconteceu uma coisa triste: roubaram meu cachorro. Quando acordei, meu pai, com um tom meio irônico na voz, disse que abriu o portão pro cachorro passear um pouco, mas ele não voltou. Esperamos a tarde inteira e nada.
Me veio uma sensação estranha quando olhei as coisas dele espalhadas pelo quintal. Eu pensei em como ele me recebia toda manhã, quando eu chegava do trabalho, todo contente sacudindo o rabo pra lá e pra cá com aquela cara de quem diz "bom dia!".
Eu ,assim como todos que moram comigo, viviam reclamando da bagunça que ele fazia, de quando ele entrava em casa escondido e mastigava nossas meias ou mesmo quando ele pulava com as patas sujas nas nossas calças e deixava aquelas marcas pretas.
Apesar de já ser motivo suficiente, eu não estou triste só pelo fato de provavelmente não vê-lo mais, também me deixa triste a realidade para qual esse acontecimento me remete. Essa sensação que tive de quando me dei conta que não dei a devida atenção para um simples animal com certeza vai voltar muitas vezes, por exemplo, quando uma amizade se acabar, porque elas sempre acabam, ou quando eu perder uma namorada, pois elas sempre vão embora ou quando algum ente querido morrer. Parece que finalmente aquela frase que diz "só se dá valor para aquilo que se perde" passou a fazer sentido.
Brega? Talvez, mas não me importo. Saudade do que se perdeu e que lhe era caro não é pecado, também não é pecado falar sobre o que se sente quando acontece. Só sei que agora toda vez que eu chegar do trabalho cansado e não ver aquela bola de pelos vindo na minha direção, saltitando, latindo e deixando as marcas pretas nas minhas calças vou me lembrar de que devo prestar mais atenção nas coisas a minha volta e que a qualquer momento tudo pode mudar...... pra sempre.

Dedicado ao meu amigo,companheiro das manhãs tediosas: MINDUCA. Que você seja feliz em seu novo lar.
Obrigado pela companhia e pela inspiração.


Texto "reciclado". Originalmente escrito em 24/07/08

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